Uma homenagem justa - General Sousa Dias
Adalberto Gastão Sousa Dias (Chaves, 31.12.1865 – Cabo Verde, 27.06.1934), militar distinto, republicano, patriota e um activo opositor à ditadura saída do golpe militar de 28 de Maio de 1926, vai ser homenageado em Chaves no dia 25 de Abril, no âmbito do 75º aniversário da sua morte e do 35º aniversário da Revolução dos Cravos, da qual é “primeiro militar”, segundo o general Monteiro Valente, seu biógrafo.
A essa iniciativa, promovida pela Associação Cívica e Cultural Antão de Carvalho, associa-se o Regimento de Infantaria de Chaves que, assim, homenageia, na sua terra natal, um dos seus Maiores. Membro do Partido Republicano, Sousa Dias esteve sempre próximo de muitos maçons, como Afonso Costa, e da Liga de Paris. Apenas a tradição maçónica invoca a possibilidade do general ter sido maçon, não se conhecendo, hoje, documentos que comprovem ter pertencido à Maçonaria.
O Programa inclui um almoço no Forte de S. Francisco, concentração no Largo das Freiras e contacto com a população, pelas 14:30 h; descerramento de lápide na antiga rua da Cadeia com cerimónia militar, prestada pelo RI 19, pelas 15:15 h; uma sessão cultural no Auditório do Forte de S. Francisco, pelas 16:00 h, na qual proferirá uma conferência o General António José Monteiro Valente, na presença de descendentes, entre eles, a jornalista Ana Sousa Dias.
Nota biográfica: Adalberto Gastão de Sousa Dias era filho de José Maria de Sousa Dias, Oficial do Exército e natural de Lisboa, e de Ana Albina Sampaio de Sousa Dias, de Chaves. Entre 1875 e 1880 concluiu o ensino secundário no Liceu de Vila Real, após o que se matriculou na Universidade de Coimbra, frequentando os preparatórios para admissão à Escola do Exército de 1881 a 1883. Em 1888 concluiu o Curso de Infantaria da Escola do Exército, sendo colocado no Regimento de Infantaria n º 12, na Guarda, onde prestava serviço o seu pai. Casou na igreja paroquial da Sé desta cidade, em 30 de Abril de 1891, com Ana Augusta Abrantes, natural de Manteigas.
Em 1902, foi promovido a Capitão. Na esteira de seu pai, Sousa Dias era já um apoiante da causa republicana desde a revolta militar de 31 de Janeiro de 1891 e, após a República, filiou-se no Partido Democrático. Em 1912 foi promovido a Major, participando em Julho desse ano no combate aos monárquicos em Chaves, durante a segunda incursão de Paiva Couceiro. Colocado no Regimento de Infantaria 35, em Coimbra, é promovido a Tenente-Coronel em 1 de Dezembro de 1915.Republicano e constitucionalista prestigiado, Sousa Dias foi eleito Deputado pelo Círculo do Porto nas eleições de 1921. Em 1923 foi condecorado com a Ordem Militar de Cristo e, no ano seguinte, com a Ordem Militar de Santiago de Espada. Em 1925 foi promovido a General e nomeado comandante da 3 ª Divisão do Exército, no Porto. Quando surge o 28 de Maio, foi “um dos poucos oponentes militares ao 28 de Maio”.
Ao eclodir, no Porto, a revolta militar de 3 de Fevereiro de 1927, foi convidado pelos revoltosos a assumir a chefia da revolta, o que de imediato aceitou. Ao seu lado, no Comité Militar Revolucionário, encontravam-se figuras de republicanos ilustres, como o Capitão-médico Jaime Cortesão e o Capitão Sarmento Pimentel.
Preso, separado do serviço activo, com direito a metade do vencimento, é-lhe fixada residência em São Tomé e Príncipe. Transferido, em 1927, para o Faial (Açores), e julgado em 1929, em Elvas, por um tribunal especial, é condenado a dois anos de prisão, com residência fixada em 1930 no Funchal. Com a «revolta da Madeira» de 4 de Abril de 1931, de novo, foi o General Sousa Dias chamado a chefiar este último grande «cerco à ditadura».
Deportado para Cabo Verde, Sousa Dias foi internado no Campo de Concentração de Presos Políticos de S. Nicolau. A precaridade das condições de vida, a instabilidade do clima, a subnutrição e a doença foram minando a sua saúde, acabando por falecer no Mindelo, em 27 de Abril de 1934. Dois anos após a sua morte, o Estado Novo autorizava a transladação do corpo, secretamente, transportado para o cemitério da cidade da Guarda.
A essa iniciativa, promovida pela Associação Cívica e Cultural Antão de Carvalho, associa-se o Regimento de Infantaria de Chaves que, assim, homenageia, na sua terra natal, um dos seus Maiores. Membro do Partido Republicano, Sousa Dias esteve sempre próximo de muitos maçons, como Afonso Costa, e da Liga de Paris. Apenas a tradição maçónica invoca a possibilidade do general ter sido maçon, não se conhecendo, hoje, documentos que comprovem ter pertencido à Maçonaria.
O Programa inclui um almoço no Forte de S. Francisco, concentração no Largo das Freiras e contacto com a população, pelas 14:30 h; descerramento de lápide na antiga rua da Cadeia com cerimónia militar, prestada pelo RI 19, pelas 15:15 h; uma sessão cultural no Auditório do Forte de S. Francisco, pelas 16:00 h, na qual proferirá uma conferência o General António José Monteiro Valente, na presença de descendentes, entre eles, a jornalista Ana Sousa Dias.
Nota biográfica: Adalberto Gastão de Sousa Dias era filho de José Maria de Sousa Dias, Oficial do Exército e natural de Lisboa, e de Ana Albina Sampaio de Sousa Dias, de Chaves. Entre 1875 e 1880 concluiu o ensino secundário no Liceu de Vila Real, após o que se matriculou na Universidade de Coimbra, frequentando os preparatórios para admissão à Escola do Exército de 1881 a 1883. Em 1888 concluiu o Curso de Infantaria da Escola do Exército, sendo colocado no Regimento de Infantaria n º 12, na Guarda, onde prestava serviço o seu pai. Casou na igreja paroquial da Sé desta cidade, em 30 de Abril de 1891, com Ana Augusta Abrantes, natural de Manteigas.
Em 1902, foi promovido a Capitão. Na esteira de seu pai, Sousa Dias era já um apoiante da causa republicana desde a revolta militar de 31 de Janeiro de 1891 e, após a República, filiou-se no Partido Democrático. Em 1912 foi promovido a Major, participando em Julho desse ano no combate aos monárquicos em Chaves, durante a segunda incursão de Paiva Couceiro. Colocado no Regimento de Infantaria 35, em Coimbra, é promovido a Tenente-Coronel em 1 de Dezembro de 1915.Republicano e constitucionalista prestigiado, Sousa Dias foi eleito Deputado pelo Círculo do Porto nas eleições de 1921. Em 1923 foi condecorado com a Ordem Militar de Cristo e, no ano seguinte, com a Ordem Militar de Santiago de Espada. Em 1925 foi promovido a General e nomeado comandante da 3 ª Divisão do Exército, no Porto. Quando surge o 28 de Maio, foi “um dos poucos oponentes militares ao 28 de Maio”.
Ao eclodir, no Porto, a revolta militar de 3 de Fevereiro de 1927, foi convidado pelos revoltosos a assumir a chefia da revolta, o que de imediato aceitou. Ao seu lado, no Comité Militar Revolucionário, encontravam-se figuras de republicanos ilustres, como o Capitão-médico Jaime Cortesão e o Capitão Sarmento Pimentel.
Preso, separado do serviço activo, com direito a metade do vencimento, é-lhe fixada residência em São Tomé e Príncipe. Transferido, em 1927, para o Faial (Açores), e julgado em 1929, em Elvas, por um tribunal especial, é condenado a dois anos de prisão, com residência fixada em 1930 no Funchal. Com a «revolta da Madeira» de 4 de Abril de 1931, de novo, foi o General Sousa Dias chamado a chefiar este último grande «cerco à ditadura».
Deportado para Cabo Verde, Sousa Dias foi internado no Campo de Concentração de Presos Políticos de S. Nicolau. A precaridade das condições de vida, a instabilidade do clima, a subnutrição e a doença foram minando a sua saúde, acabando por falecer no Mindelo, em 27 de Abril de 1934. Dois anos após a sua morte, o Estado Novo autorizava a transladação do corpo, secretamente, transportado para o cemitério da cidade da Guarda.