PELA AÇÃO OU PELA OMISSÃO, SOMOS ARQUITETOS DO FUTURO

sábado, 28 de janeiro de 2012

PELA AÇÃO OU PELA OMISSÃO, SOMOS ARQUITETOS DO FUTURO


Através de frases curtas, objetivas, comunicativas e de fácil interpretação, leva-se a mensagem com maior conteúdo. Frase é uma reunião de palavras que formam um sentido completo. É uma sentença curta e direta. A frase atravessa séculos e milênios, quando feita e inspirada na sabedoria. Registro neste artigo uma primeira frase produzida antes de Cristo. Hoje, mais do que nunca, deveria ser para o homem público de boas intenções e para o cidadão de uma maneira geral, guia para o seu comportamento.

Mas diante dos acontecimentos que vêm ocorrendo na sociedade brasileira, em todos os poderes públicos, privados, religiosos e outros, é uma frase assustadora e muito mal recebida. Em época do regime militar era, inclusive, frase perigosa para quem a proferia. Há 2065 anos, exatamente no ano 55 a.C., Marcus Tullius Cícero, poeta, filósofo, senador, uma das mentes mais versáteis da Roma Antiga, orador impressionante, advogado de sucesso e apreciado, principalmente pelo seu humanismo, trabalhos filosóficos e políticos, disse a seguinte frase:


“O orçamento nacional deve ser equilibrado. As dívidas devem ser reduzidas. A arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos se a nação não quiser ir à falência. As pessoas devem, novamente, aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública.” Em outra e curta frase resumiu: “O maior estímulo para cometer faltas é a esperança de impunidade.”

Sobre a impunidade muitas afirmativas conjugam todo o pensamento com Cícero, senão vejamos. De Marquês de Maricá, pseudônimo de Mariano José Pereira da Fonseca, político carioca, que nasceu e viveu no Rio de Janeiro entre 1773 a 1848: “O sistema de impunidade é também o promotor dos crimes.”

“O problema fundamental é a impunidade, que criou um tipo de cultura.” Mário Covas, senador e governador de São Paulo, falecido em 22 de janeiro de 2001. “A impunidade gera audácia dos maus.” Carlos Lacerda, governador do Rio de Janeiro, falecido em maio de 1977. Ainda do Marquês de Maricá: “A impunidade tolerada pressupõe cumplicidade.” “A impunidade promove os crimes, e de algum modo os justifica.” “A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral.”

Quando a corrupção na vida pública brasileira vai tornando-se natural; quando estamos na perspectiva, até já antecipada, de que crimes como o mensalão estarão prescritos em 2013 e os seus julgadores não terão o tempo, segundo se anuncia, de lerem as centenas de milhares de páginas; quando a Suprema Corte da justiça brasileira não se define, empatando um julgamento de posse de um senador que já foi alvo de muitos escândalos, deixando para um só homem iluminado e de “sabedoria divina”, decidir pela justiça e verdade, nós ficamos perplexos e atônitos, não tendo a certeza para onde estamos indo.

Corrupção e impunidade estão juntas. Muitos acreditam que os corruptos flagrados pela Polícia Federal, Ministério Público e jornalismo investigativo, são dignos de piedade.

Constrangedoramente aparecem na TV, jornais, ora chorando, ora dizendo que são perseguidos pela imprensa, também afirmando que, são articulações de adversários políticos e outro, fazendo declaração idiota e falsa à presidente da República, tentando comovê-la para mantê-lo no cargo.

A moralidade no serviço público está melhorando. A presidente Dilma Rousseff, como não permitiu em outros casos, continuará sendo rigorosa e não permitirá que o orçamento de um ministério específico para socorro, sobretudo, em tempos de seca ou de excessivas chuvas, seja carreado para um só estado, com fins políticos, enquanto outros estão se derretendo e sepultando vivos, muitos dos seus habitantes. O povo acredita, daí decorrendo o seu alto índice de aceitação, que a presidente Dilma não se afastará, pela sua história pessoal, do combate à corrupção.

Corrupção e impunidade, fatores que caracterizam a cultura brasileira. Se não tivermos alterações em nossas leis e no sistema de fiscalização pública, a impunidade continuará acelerando o crescimento da estatística criminal. Estamos chegando, se não houver paradeiro, ao ponto previsto pelo maçom, jurista, escritor e político brasileiro, Rui Barbosa, quando em discurso intitulado historicamente de “Oração aos Moços”, pronunciado como paraninfo da turma de 1920, da Faculdade de Direito, do Largo de São Francisco, em São Paulo, disse: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Neste artigo, trazendo o exemplo de Cícero para a atualidade, citei frases de brasileiros enfocando corrupção e impunidade. Não esperançoso, mas certo que os profissionais do sistema de segurança em Goiás, Polícias Civil e Militar, estão reforçados e motivados por terem assumido recentemente os seus comandos, a delegada Adriana Accorsi e o coronel Edson Costa Araujo. Com ela, profissional competente, comunicativa e primeira mulher a assumir a direção geral, integrei reuniões voltadas para os direitos humanos e o problema de drogas. O coronel Edson Costa Araujo é homem probo, humano, profissional sério e maçom que honra nossa instituição em Goiás. Cumprimentamos o governador Marconi Perillo pelas duas designações.

O Comandante da Polícia Militar de Goiás, em suas repetidas afirmativas à imprensa e ao Jornal Opção, (edição de 8 de janeiro), fez a seguinte declaração: “A corrupção vem trazendo consequências danosas. Vemos os pináculos da República sendo atingidos de forma violenta. Isso não nos deve assustar pelas figuras atingidas, mas pelo patamar que alcançou. O Brasil precisa fazer uma reflexão profunda sobre a questão ética e moral para podermos realmente passarmos o país a limpo.”

Parabéns doutora Adriana Accorsi e coronel Edson Costa Araujo pela missão de relevância assumida e que nós goianos confiamos e estamos mais seguros, especialmente, na repressão que deve ser cada vez mais intensa ao tráfico de drogas e ao uso do álcool por pessoas que conduzem veículos.

Estou há 15 anos no trabalho de prevenção ao uso de drogas, via Programa Maçonaria Contra as Drogas – A Favor da Vida, instituído em 1997, junto com José Ricardo Roquette e as orientações de dois seres humanos referenciais que precisam mais reconhecimento da família goiana. Professora Maria Sônia França e o saudoso e inesquecível Jamil Issy.

Com eles aprendi muito e transmito neste momento em que todos se voltam para o problema do crack e na recuperação dos usuários, de que esta ação é importantíssima, por isto, acredito e espero para brevemente, a instalação de vários Credeq (Centro de Recuperação de Dependentes Químicos), que o governador Marconi Perillo, em recepção aos maçons no mês de dezembro, reafirmou de que 3 centros serão instalados em 2012. Outra ação importante é a repressão ao tráfico na extensa fronteira de milhares de quilômetros com Bolívia, Peru e Colômbia, portas de entrada e trânsito da cocaína.

Mas acima destas duas providências está a mais importante, a prevenção. E esta prevenção, lamentavelmente encontra omissão da família, pois o mal dos nossos dias é o desequilíbrio das relações familiares, produzindo jovens vazios e desorientados. Estamos vivendo em um ambiente social profundamente incentivador ao uso de drogas, a começar no interior das famílias, que cultuam a álcool em todas as suas comemorações e tristezas.

Provado está que o usuário do crack não o faz como primeira droga que experimenta, mas sim iniciando pelo álcool, muitas vezes em ambientes e festas familiares. Se a família não investir na prevenção ao uso de drogas, sendo exemplo dos pais para com seus filhos e se prioridade não houver dos poderes públicos na ponta, antes do uso, da experimentação, embora com repressão e tratamento, a situação se agravará. Na verdade a prevenção é um trabalho junto ao não usuário, para que ele não se torne dependente. Este é o caminho maior, a melhor forma de defesa de nossa juventude.

Artigo do Grão Mestre Barbosa Nunes


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