HIPÓLITO DA COSTA PATRIARCA DA IMPRENSA BRASILEIRA
Falo hoje de Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, nascido em 25 de março de 1774, há 238 anos, na Colônia do Sacramento, então domínio da Coroa Portuguesa, hoje pertencente ao Uruguai e falecido em Londres, em 11 de setembro de 1823. Do livro “Hipólito da Costa – o Patriarca da Imprensa Brasileira”, 2ª Edição, autoria do maçom José Luiz de Moura Pereira e de fartos dados em sua biografia e história, tenho a honra de registrar preciosos detalhes. É o patrono da cadeira n° 17 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador, Sílvio Romero. No ano de 1802, foi preso, passando cerca de três anos nos cárceres da Inquisição, acusado de disseminação da maçonaria em Portugal. Fugiu em 1805 e se estabeleceu definitivamente em Londres, pondo-se sob a proteção do Duque de Sussex, filho do rei e maçom, fundando em 1° de junho de 1808, o Jornal Correio Braziliense, considerado o primeiro jornal brasileiro, mesmo ano da criação da imprensa no Brasil. Correio Braziliense que circulava secretamente no Brasil e em Portugal, sob fundamentação iluminista debatendo acontecimentos da América e da Europa. Foi vitorioso em sua missão com muita crítica à situação portuguesa e brasileira. Estendeu seu trabalho de jornalista de 1802 a 1822, falecendo pouco depois em 1823, com 49 anos.
Numa época, que não existia comunicação e transmissão instantânea, Hipólito da Costa recebia as notícias com 2 meses de atraso e incrementava o texto com críticas que atraiam atenção nas páginas de cada edição, com importante avaliação sobre os movimentos políticos e sociais. Até a extinção do jornal, que também foi intitulado “Armazém Literário”, a produção foi de 175 fascículos, sempre proibida de circular no Brasil e em Portugal, devido aos artigos que pregavam liberdade de expressão, a independência do Brasil, também condenando a aristocracia parasitária do reino e a exploração econômica de Portugal, em relação à colônia, tornando ilegal a veiculação. Influenciado por um amigo francês, aceitou o convite para ingressar na maçonaria, sendo iniciado na Loja “Washington”, de Filadélfia, Estados Unidos, aos 25 anos de idade. Hoje dá nome a uma Loja Maçônica conceituada do Distrito Federal, que em conjunto com os maçons de Piracanjuba, (Lojas “Vale das Orquídeas” e “Luz e Virtude”), realizam todos os anos uma atividade social intensa denominada AMA – Ação Maçônica Assistencial, durante um dia, em um bairro periférico daquela cidade, com assistência de saúde, alimentícia, aos idosos, crianças e mulheres.
Em 2001, a Fundação Assis Chateaubriand promoveu o traslado dos restos mortais, “depositados em local digno e honroso para que viessem a se tornar alvo do culto, da admiração e da veneração do povo brasileiro.” Assim descrito pelo escritor José Luiz de Moura Pereira: “Na manhã do dia 03 de julho de 2001, tão logo chegou a Brasília a urna contendo as cinzas de Hipólito, esta, acompanhada por uma comissão de Obreiros da Loja “Hipólito da Costa” e conduzida pela Guarda de Honra dos Dragões da Independência, foi trazida para o Templo Nobre do Grande Oriente do Brasil, onde ficou, sob a guarda desses militares e das figuras mais expressivas da maçonaria brasileira, em Câmara Ardente pelo período de 24 horas, quando lhe foram rendidas as mais variadas e justas homenagens, até a manhã seguinte, quando foi transferida para o Museu da Imprensa de Brasília, onde ficaria em definitivo. No dia seguinte pela manhã, sob a presidência do jornalista Paulo Cabral de Araujo e com as gratas presenças do vice-presidente da República, Marco Antônio Maciel, do Embaixador do Brasil no Reino da Grã Bretanha, Sérgio Amaral, dos Embaixadores daquele país e do Uruguai no Brasil, de autoridades civis, militares, eclesiásticas, da imprensa escrita, falada e televisada, de representantes da maçonaria, da Igreja Anglicana no Brasil e dos mais variados segmentos da sociedade brasileira, conduzida pela mesma Guarda de Honra, foi realizada a cerimônia de entronização daquela urna em uma herma projetada pelo arquiteto Álvaro Abreu e mandada erigir no meio ao gramado que cerca aquele Museu, que passaria a abrigar em seu ceio os restos mortais de seu filho ilustre.
Assim, na paz e na tranquilidade do verde daquele belo jardim, repousa, finalmente, Hipólito da Costa – o Patriarca da Imprensa Brasileira.” Paulo Roberto de Almeida, diplomata e doutor em Ciências Sociais, sobre Hipólito da Costa afirmou: “Hipólito sempre manteve a convicção de que o estudo da economia política é indispensável ao homem público, e lastimava que a Universidade de Coimbra não possuísse, em seu currículo acadêmico, uma cadeira em que se ministrassem esses estudos”. Sua noção era a de um liberalismo doutrinal corrigido pelo bom senso e por um extremado pragmatismo. Ele ostentava, sobretudo, uma compreensão muito clara de onde se situava o interesse nacional brasileiro, acima de quaisquer considerações teóricas ou doutrinais. Rizzini afirmou: “O fim precípuo do Correio Braziliense era o de promover o progresso do Brasil, erguendo-o de colônia a nação”, ainda que nação portuguesa, unida a Portugal, sob o sistema monárquico-representantivo. A esse título, Hipólito era contra os privilégios e monopólios. Hipólito da Costa sempre pregou com palavras de prudência e de preocupação legítima com o progresso futuro da nação, como compete ao verdadeiro estadista que foi, aliás sem nunca ter exercido cargo público no Brasil ou sequer ter voltado a por os pés, enquanto adulto, no país que tinha como seu. Em Hipólito, mesmo longe da pátria e impedido por força da censura, de expressar livremente o seu pensamento, guiado por uma idéia do interesse nacional, estava a serviço da construção da Nação. Viveu com dignidade, marcando sua história e seu tempo, eternamente.
Artigo do Grão Mestre Barbosa Nunes, publicado em 17/03/2012, no Diário da Manhã
Em 2001, a Fundação Assis Chateaubriand promoveu o traslado dos restos mortais, “depositados em local digno e honroso para que viessem a se tornar alvo do culto, da admiração e da veneração do povo brasileiro.” Assim descrito pelo escritor José Luiz de Moura Pereira: “Na manhã do dia 03 de julho de 2001, tão logo chegou a Brasília a urna contendo as cinzas de Hipólito, esta, acompanhada por uma comissão de Obreiros da Loja “Hipólito da Costa” e conduzida pela Guarda de Honra dos Dragões da Independência, foi trazida para o Templo Nobre do Grande Oriente do Brasil, onde ficou, sob a guarda desses militares e das figuras mais expressivas da maçonaria brasileira, em Câmara Ardente pelo período de 24 horas, quando lhe foram rendidas as mais variadas e justas homenagens, até a manhã seguinte, quando foi transferida para o Museu da Imprensa de Brasília, onde ficaria em definitivo. No dia seguinte pela manhã, sob a presidência do jornalista Paulo Cabral de Araujo e com as gratas presenças do vice-presidente da República, Marco Antônio Maciel, do Embaixador do Brasil no Reino da Grã Bretanha, Sérgio Amaral, dos Embaixadores daquele país e do Uruguai no Brasil, de autoridades civis, militares, eclesiásticas, da imprensa escrita, falada e televisada, de representantes da maçonaria, da Igreja Anglicana no Brasil e dos mais variados segmentos da sociedade brasileira, conduzida pela mesma Guarda de Honra, foi realizada a cerimônia de entronização daquela urna em uma herma projetada pelo arquiteto Álvaro Abreu e mandada erigir no meio ao gramado que cerca aquele Museu, que passaria a abrigar em seu ceio os restos mortais de seu filho ilustre.
Assim, na paz e na tranquilidade do verde daquele belo jardim, repousa, finalmente, Hipólito da Costa – o Patriarca da Imprensa Brasileira.” Paulo Roberto de Almeida, diplomata e doutor em Ciências Sociais, sobre Hipólito da Costa afirmou: “Hipólito sempre manteve a convicção de que o estudo da economia política é indispensável ao homem público, e lastimava que a Universidade de Coimbra não possuísse, em seu currículo acadêmico, uma cadeira em que se ministrassem esses estudos”. Sua noção era a de um liberalismo doutrinal corrigido pelo bom senso e por um extremado pragmatismo. Ele ostentava, sobretudo, uma compreensão muito clara de onde se situava o interesse nacional brasileiro, acima de quaisquer considerações teóricas ou doutrinais. Rizzini afirmou: “O fim precípuo do Correio Braziliense era o de promover o progresso do Brasil, erguendo-o de colônia a nação”, ainda que nação portuguesa, unida a Portugal, sob o sistema monárquico-representantivo. A esse título, Hipólito era contra os privilégios e monopólios. Hipólito da Costa sempre pregou com palavras de prudência e de preocupação legítima com o progresso futuro da nação, como compete ao verdadeiro estadista que foi, aliás sem nunca ter exercido cargo público no Brasil ou sequer ter voltado a por os pés, enquanto adulto, no país que tinha como seu. Em Hipólito, mesmo longe da pátria e impedido por força da censura, de expressar livremente o seu pensamento, guiado por uma idéia do interesse nacional, estava a serviço da construção da Nação. Viveu com dignidade, marcando sua história e seu tempo, eternamente.
Artigo do Grão Mestre Barbosa Nunes, publicado em 17/03/2012, no Diário da Manhã